segunda-feira, 9 de novembro de 2015

OS DESAFIOS DO PROFESSOR ALFABETIZADOR

Alterado em 13/10/2014 04:58 por Tiago Ribeiro Machad

Elidiane de Brito Pagliuca*

RESUM​O

Este trabalho tem por objetivo discutir as questões que permeiam o cotidiano escolar do professor alfabetizador, com ênfase nos desafios enfrentados em sala de aula por esse profissional, pois muitas vezes o alfabetizador se depara com obstáculos que limitam seu trabalho e retardam o processo de ensino aprendizagem dos alunos. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica considerando as contribuições teóricas de autores como: Cambi (1999), Ferreiro (1985), Lemle (1988),Nérici (1972), Piaget (1977), Poerch (1990).Constatando que alguns dos desafios enfrentados pelo alfabetizador são a pouca formação focada na alfabetização, a falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos e a o alto índice de indisciplina presente na sala de aula. Mediante estes resultados concluiu-se que para superar os desafios propostos o educador deve agir em conjunto com a comunidade escolar e com os pais para rever ações e criar outras no intuito de oferecer uma educação qualitativa ao aluno.

Palavras – chave: Desafios. Professor alfabetizador. Sala de aula.
Introdução



               O presente trabalho tem como papel analisar as dificuldades do professor alfabetizador em sala de aula, já que nos dias atuais a sociedade tem atribuído ao professor a grande responsabilidade sanar as carências intelectuais dos alunos e evitar que estas sejam futuros analfabetos funcionais. Nesta busca constante por novos métodos e práticas pedagógicas o professor tem visto a alfabetização como uma fase distinta, que requer mais conhecimentos específicos na área.

               Nesta perspectiva, construiu-se questões que nortearam este trabalho, tais como: Quais os desafios que dificultam o fazer pedagógico do professor alfabetizador? Por que o professor alfabetizador se encontra tão tenso na atualidade em relação à sua práxis pedagógica?
            Falar de alfabetização é um tanto complexo até mesmo pela diversidade de métodos utilizados, e ainda devido às dificuldades de aprendizagem dos alunos, reprovações e evasão escolar. Assim, a alfabetização caracteriza-se por uma fase muito importante no desenvolvimento do aluno, sendo a base para conhecimentos futuros. Segundo o dicionário Aurélio alfabetizar é ensinar a ler e a escrever ou dar instrução primária, sabemos que alfabetizar vai muito além de ensinar a ler e escrever, nesta tarefa a linguagem é uma fiel aliada dos educadores neste processo de ensino/aprendizagem.
               A linguagem é uma área importante na aquisição da leitura e escrita, pois ela permite que o homem estabeleça uma comunicação intersubjetiva, ou seja, estabeleça a troca e o diálogo. Assim ele amplia seu vocabulário e elabora novas hipóteses silábicas. Muitos estudos afirmam que o sujeito se constitui em dois momentos, primeiro no social e depois no individual numa apropriação ativa e constante. Na escola esse processo ocorre de forma contínua, remetendo ao educador um papel importante como mediador do processo da aquisição da leitura e escrita, com intervenções pedagógicas coerentes, já que os conhecimentos resultam da pluralidade de sentidos e significações compartilhadas no coletivo, que aos poucos vão sendo produzidos. Conforme Lemle:

É claro que, além dos conhecimentos básicos, o alfabetizador precisa de outros dons para se sair bem. Ele deve ter respeito pelos alunos, evitar o papel de cúmplice de um sistema interessado em manter esmagada uma grande parte do seu povo, confiar na capacidade de desenvolvimento dos alunos e ter criatividade, inventividade, iniciativa, combatividade e fé em sua capacidade de tornar este mundo melhor. (LEMLE, 1988, p.6)

               Contudo grandes são os anseios do alfabetizador em favor de uma educação qualitativa e igualitária, que ofereça oportunidades para o educando avançar rumo à conhecimentos significativos, que inclua o aluno na cultura grafocêntrica (cultura centrada na escrita) e não exclua. Por esta e outras atribuições que o professor alfabetizador se encontra apreensivo diante de tamanha responsabilidade no cenário educacional.

               Diante de tantos desafios, é visível a fuga dos professores das séries iniciais das salas de alfabetização, assim poucos encaram e adquirem experiências metodológico-pedagógicas para enriquecer o universo da alfabetização.
Para alcançar os objetivos propostos, este estudo utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo. Mediante revisão bibliográfica, compilando estudos sobre obras que trazem em seu bojo informações e definições relevantes ao desdobramento do trabalho.

    O estudo foi ancorado nas ideias e concepções de autores como: Cambi (1999), Ferreiro (1985), Lemle (1988), Nérici (1972), Piaget (1977), Poerch (1990).

Desenvolvimento

               A alfabetização é uma fase distinta, cheia de novas experiências e sensações em que o aluno se depara ao chegar à escola, para aqueles que não frequentavam a Educação Infantil, é o primeiro contato com a educação formalizada. Durante muito tempo a alfabetização foi vista como a mera aquisição do código escrito, que formava alunos para as fases seguintes.

         Nos anos 70 e 80 o elevado índice de analfabetismo, a repetência e a evasão escolar estimularam a busca por novas formas de conceber e direcionar o trabalho educativo na alfabetização e os conceitos equivocados foram aos poucos superados. Conforme Cambi (1999):

A partir dos anos 80 e sucessivamente até hoje, a pedagogia foi atravessada por um feixe de "novas emergências", novas exigências e novas fórmulas educativas, novos sujeitos dos processos formativos/educativos e novas orientações políticos culturais. (CAMBI, 1999, p.638)

               Esses novos tempos foram marcados por reflexões acerca do indivíduo como ponto de partida para a construção de novos conhecimentos. O quadro educacional passou por grandes mudanças devido ao novo modo construir conhecimentos, alinhados aos acontecimentos atuais com foco na particularidade do aluno. Portanto, na alfabetização a ação educativa do professor também sofreu esta influência, com a utilização de temas atuais com ênfase na formação intelectual e social do aluno.

               Essa mudança no cenário educacional se deu também devido aos estudos sobre a psicogênese da aquisição da língua escrita, com as contribuições de Emília Ferreiro & Ana Teberosky (1985) que enfatizava que a alfabetização não era a mera codificação e decodificação do sistema linguístico, mas se caracterizava como um processo ativo em que a criança em contato com a cultura escrita ia aos poucos (re) construindo hipóteses sobre a língua escrita, até chegar à escrita convencional, como nos afirma Ferreiro (1985):


Nossa visão atual do processo é radicalmente diferente: no lugar de uma criança que espera passivamente o reforço externo de uma resposta produzida pouco menos que ao acaso, aparece uma criança que procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se fala à sua volta, e que, tratando de compreendê-la, formula hipóteses, busca regularidades, coloca à prova suas antecipações e cria sua própria gramática (que não é simples cópia deformada do modelo adulto, mas sim criação original).(FERREIRO, 1985, p. 22)

               De acordo com esses estudos o professor terá a função de mediar este processo, e propor desafios por meio de atividades planejadas com intencionalidade pedagógica. Assim, aos poucos educando fará novas descobertas e (re) construirá hipóteses. Por isso, o estímulo visual com o uso de diferentes gêneros textuais é imprescindível nessa etapa.

               No contexto da alfabetização o professor é muito importante, porém em muitos casos esse profissional nem sempre está habilitado para executar tal tarefa, pois, visto que muitos não obtiveram uma boa formação e nem sabem quais são as etapas do processo de construção da escrita. Como esse profissional irá conduzir esse processo, se nem compreende como ele se dá?
               A implantação de ações que tragam um bom suporte teórico/pedagógico para esses profissionais são urgentes no meio educacional, pois muitos estão "grudados" nos livros didáticos por medo de ousar e errar. É preciso que ocorram novas mudanças no fazer educativo com ênfase nas práxis pedagógica, ação – reflexão – ação de sua prática educativa atrelada à teoria. Considerando que esses professores terão mais dificuldades para alfabetizar seus alunos e ainda poderá desencadear nesses alunos dificuldades de leitura e escrita ao longo de sua vida escolar.

O alfabetizador é um profissional do ensino de línguas e, como tal, além do domínio e das técnicas pedagógicas deve possuir sólidos conhecimentos linguísticos tanto da língua, enquanto meio de comunicação, quanto sobre a língua, enquanto objeto de análise. (POERSCH, 1990, p. 37)

               Na verdade, o professor que está inserido em sala de aula tem o dever de oferecer uma educação de qualidade, e isso requer formação e competência para desenvolver um trabalho satisfatório. É visível também em alguns professores a falta de interesse por novos conhecimentos, pela busca pessoal de novas ferramentas pedagógicas em sala de aula para aperfeiçoar seu trabalho. Portanto o alfabetizador será o agente que estimulará as descobertas da língua escrita até chegar à escrita convencional.

               Outro desafio bem pertinente é a falta de apoio e acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos, o professor se depara sozinho nesta missão de alfabetizar a qualquer custo. Um fator bem interessante é que os pais atribuem ao professor a culpa do fracasso escolar do filho, assim se estabelece no seio escolar a "briga" histórica entre Escola X família.

               O abandono escolar de alguns pais é revoltante, pois esse cenário é visível com muita frequência no meio escolar, pois muitos alunos vão e voltam com as tarefas em branco, chegam à sala de aula desmotivados, sendo que muitas vezes necessitam de estímulos exteriores para a construção de aprendizagens e não encontram. Essa é a realidade em muitas salas de aula, pais negligentes e omissos em reuniões escolares, datas comemorativas e outros eventos que favorecem a interação escola/família.

               A legislação é bem clara e específica quanto às atribuições da família e do Estado, a Constituição Federal, em seu artigo 205, afirma que" a educação é direito de todos e dever do Estado e da família". A educação informal é obrigação da família e formal do Estado, por isso as duas instituições devem sempre estar em constante sintonia para priorizar uma boa educação. Sobre essa relação Nérici (1972) salienta que:


A educação deve orientar a formação do homem para ele poder ser o que é, da melhor forma possível, sem mistificações, sem deformações, em sentido de aceitação social. Assim, a ação educativa deve incidir sobre a realidade pessoal do educando, tendo em vista explicitar suas possibilidades, em função das autênticas necessidades das pessoas e da sociedade. (NÉRICI, 1972,p.12)

               Nesta perspectiva entendemos que escola e família se complementam na tarefa da formação social da criança, se uma das duas se omite quanto à sua atribuição o processo de ensino/aprendizagem fica prejudicado. Nesta perspectiva Nérici (1972) considera que a influência da família é básica e fundamental no processo educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está em condições de substituí-la. Embora muitas vezes o trabalho ou a falta de tempo são algumas justificativas para essa ausência, considera-se que essas "desculpas" futuramente não irão sanar as carências intelectuais, afetivas e sociais que poderão aflorar no aluno.

               Outro desafio notável presente na sala do alfabetizador é a indisciplina dos alunos durante as atividades diárias propostas pelo professor, a falta de interesse e a falta de otimismo para conquistar uma vida futura próspera está cada vez mais distantes dos nossos alunos. Falta amor pela busca do conhecimento, pois para a grande maioria dos alunos a atividade estudar é fatigante e obrigatório.
               Uma boa parcela da aula é reservada para advertir os alunos indisciplinados, que muitas vezes até lançam "palavrões" pejorativos contra o professor e os outros alunos. Nesta perspectiva nota-se que cada vez está mais difícil estabelecer regras para ordenamento e coerção desses alunos. De acordo com Piaget (1977, p.7) "toda moral é um sistema de regras e a essência de toda moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras".
               Por isso mais uma vez o professor entra em ação na busca constante de meios que estabeleçam regras de convivência e de respeito ao próximo, priorizando a cidadania. Cabe ao educador usar ferramentas dinâmicas e eficazes para uma boa sintonia entre os aspectos intelectuais/sociais. Essa tarefa faz parte da interdisciplinaridade vivenciada em sala de aula com os múltiplos usos dos eixos de formação humana propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais que considera o aluno em sua totalidade, e não fragmentado.
               Estes são alguns desafios que tem afrontado o professor alfabetizador em seu fazer educativo, que causam angústias, dificuldades e sofreres. Que dia a dia o conduz à ação/reflexão/ação de sua prática pedagógica na busca de soluções para transformar esse cenário frustrante do contexto educacional.  Como medidas paliativas o educador "consciente" busca conhecimentos diversificados mediante cursos de formação continuada, leituras de temas diversificados para enriquecer e aperfeiçoar sua ação educativa.

Conclusão 

               Diante deste estudo, concluiu-se que a tarefa do professor alfabetizador é árdua, pelas grandes dificuldades enfrentadas no cotidiano escolar, afinal é o alfabetizador quem irá abrir as janelas da leitura e da escrita para educando avançar rumo às novas aprendizagens. Segundo algumas raízes teóricas é o educador deve oferecer condições ao educando para a construção da leitura e da escrita no contexto escolar.

               Deve-se se descartar a concepção errônea de que o aluno deve ser fruto de uma educação bancária, e incluir nas práticas educativas metas em prol de uma educação com sentido de construção não só de conhecimentos científicos, mas de significados, valores e cidadania no dia a dia escolar. Faz-se necessário repensar a educação com foco nas relações interpessoais, oferecendo ao aluno meios e possibilidades para a construção de uma aprendizagem significativa.

               Mas para realizar um trabalho satisfatório é imprescindível a interação entre família-escola, esquecer a "rixa" antiga de um culpar o outro pelo fracasso escolar do educando. É tempo de paz, atitudes conjuntas que visem restaurar os laços de companheirismo e respeito mútuo no objetivo de expandir e contribuir para uma educação qualitativa.
               Portanto, sonhar com uma educação que objetive uma transformação social, é romper com o velho e ousar com o novo, na utilização de meios diversificados que conduza o aluno à não somente ler letras, mas, essencialmente atribuir sentido e significado naquilo em que se lê. Compreender que o papel do alfabetizador não é transferir conteúdos, mais sim dividir e construir saberes e oferecer aos alunos com dificuldades de aprendizagem conhecimentos contextualizados e prazerosos.

               Outro ponto bem pertinente neste estudo é falta da participação da família na vida escolar do aluno, assim faz-se necessário idealizar estratégias que despertem o interesse por relações de trocas de experiências no seio escolar entre família-escola-aluno. Uma boa sugestão para sanar essa deficiência seria o trabalho com projetos interdisciplinares com foco na família, convidando os pais para assistir palestras, participar de oficinas, contribuir com ações diversificadas para o sucesso escolar do filho.
               O grande índice de indisciplina na escola atual é bem assustador, para reverter esse quadro faz-se necessário a implantação de ações que sensibilize o educando no respeito por normas e regras. O aluno através dessas medidas deverá aprender o verdadeiro sentido da cidadania e dos valores morais, que irão refletir na sua formação social e ética.

               Neste estudo foram elencados alguns desafios do professor alfabetizador em sala de aula, para superá-los o educador deve agir em conjunto com a comunidade escolar e com os pais para rever ações e criar outras no intuito de oferecer uma educação qualitativa ao aluno.
               Sabemos cotidianamente são atribuídos ao professor alfabetizador a responsabilidade de alfabetizar e letrar o aluno, e lhe é exigido resultados por este trabalho. Porém o professor não desenvolverá um bom trabalho sozinho e desamparado, mas necessitará de apoio pedagógico e da família.

Portanto, nessa tarefa árdua lhe compete o papel de promover o uso social dos diversos textos apresentados aos alunos, mostrar significados nas atividades diárias com ênfase na contextualidade do educando.
               Na verdade, os desafios são importantes para amadurecer em uma prática inovadora e transformadora, são eles que ofereceram ao professor subsídios para a construção do fazer escolar cotidiano. O alfabetizador não deve permitir que os desafios o amedrontem, mas que estes lhe provoquem uma constante inquietude que estimulará a busca de meios para desenvolver uma prática significativa e fundamentada teoricamente. Lidar com a alfabetização requer competência e compromisso com um ensino que vise uma genuína transformação social dos pequenos cidadãos que interagimos no dia a dia escolar.

REFERÊNCIAS

AURELIO, O mini dicionário da língua portuguesa. 4a edição revista e ampliada do mini dicionário Aurélio. 7a impressão – Rio de Janeiro, 2002.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federal do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Imprensa Oficial. Brasília, DF, 1988.
CAMBI, Franco. História da pedagogia. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo. Fundação editora da UNESP (FEU), 1999 – (Encyclopaidéia)

FERREIRO, Emilia. Psicogênese da língua escrita. Emília Ferreiro e Ana Teberosky; tradução de Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco e Mário Corso. – Porto Alegre: Artes Médicas. 1985.

LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. 2ª Ed. São Paulo. Ática. 1988. Série Princípios.

NÉRICI, Imídeo G. Lar, escola e educação. São Paulo: Atlas, 1972.

PIAGET, J. O julgamento moral na criança. São Paulo: Mestre Jou, 1932/1977.

POERSCH, J. M. Suportes Linguísticos para a alfabetização. 2 ed. Porto Alegre: Sagra, 1990.


*Professora do I Ciclo 1ª FASE da Escola Estadual Treze de Maio em Porto Esperidião-MT pós graduando do curso Alfabetização e letramento do Instituto UCAM/PROMINAS​

Autor:
ELIDIANE DE BRITO PAGLIUCA

Fonte: http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/OS-DESAFIOS-DO-PROFESSOR-ALFABETIZADOR.aspx

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

AVALIAÇÃO – 04: TEORIAS E PRÁTICAS DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

_______________________________________________QUESTÃO 01
Quanto à Psicopedagogia, encontre a única alternativa FALSA:

a) A Psicopedagogia  é  um  campo  de  conhecimento  e  atuação  em  Saúde  e Educação.
b) A Psicopedagogia atende apenas às crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem.
c) O profissional  da  Psicopedagogia  trabalha  com  o  processo  de  aprendizagem humana.
d) A Psicopedagogia trabalha com padrões normais e patológicos.

_____________________________________________QUESTÃO 02
Quanto ao que a Psicopedagogia conduz, todas estão corretas, exceto:

a) A psicopedagogia leva  em  consideração  que,  para  o  seu  desenvolvimento,  o sujeito  sofre  influência  e  interferência  do  meio  em que  vive  como,  por  exemplo,  a família, a escola e a sociedade.
b) A Psicopedagogia busca desvelar os problemas de aprendizagem que podem ser determinantes no fracasso escolar e nos insucessos de cada ser humano.
c) A Psicopedagogia busca a integração das várias segmentações como as ciências pedagógicas, psicológica, fonoaudiológica, neuropsicológica e psicolinguística.
d) A Psicopedagogia acredita que  o  ambiente  escolar é  o  único  fator  causal  das dificuldades de aprendizagem.

_____________________________________________QUESTÃO 03
Ainda  sobre  a  Psicopedagogia  e  suas  práticas,  estaria  INCORRETO  afirmar que:

a) A Psicopedagogia é uma área das Ciências Humanas que se dedica ao estudo dos processos de aprendizagem.
b) Para  a  Psicopedagogia  praticamente  todos  os  fracassos  na  escola  são resultantes de causas orgânicas identificadas e relacionadas às relações físicas do aluno.
c) As ações psicopedagógicas estão sendo aplicadas em vários segmentos, como: a escola, hospitais, empresariais, em organizações.
d) A Psicopedagogia é um espaço transdisciplinar, pois se constitui a partir de uma nova compreensão acerca da complexidade dos processos de aprendizagem e na perspectiva das suas deficiências.  

____________________________________________QUESTÃO 04
Para  Bossa  (2000),  a  Psicopedagogia  Clínica  tem  como  missão  retirar  as pessoas  da  sua  condição  inadequada  de  aprendizagem, dotando-as  de sentimentos  de  alta  autoestima,  fazendo-as  perceber  suas  potencialidades, recuperando  desta  forma,  seus  processos  internos  de apreensão  de  uma realidade, nos aspectos:

a) Cognitivo.
b) Afetivo-emocional.
c) De conteúdos acadêmicos.
d) Todos os anteriores.

____________________________________________QUESTÃO 05
O Psicopedagogo na escola, não deve:

a) Possibilitar  intervenção  com  o  intuito  de  solucionar  os  problemas  de aprendizagem tendo como eixo norteador o aluno.
b) Buscar a realização de um diagnóstico e intervenção psicopedagógica, utilizando métodos, instrumentos e técnicas próprias da psicopedagogia institucional.
c) Focar  o  aluno  como  única  fonte  de  explicação  para  os  problemas  de aprendizagem.
d) Levantar  discussões  e  oferecer  assessoria  psicopedagógica  aos  trabalhos realizados em cenários escolares.

_____________________________________________QUESTÃO 06
Com relação à ação do Psicopedagogo, todas estão corretas, EXCETO:

a) A escola serve  de  base  para  se  fazer  um  diagnóstico  psicopedagógico institucional  com  o  intuito  de  detectar  os  problemas  de  aprendizagem,  e, consequentemente tomar decisões adequadas no combate ao fracasso escolar.
b) Faz-se necessário a prática constante da investigação, da pesquisa, da reflexão e da ação psicopedagógica.
c) A ação do psicopedagogo deve estar voltada para  a prevenção das dificuldades de  aprendizagem  e  prevenção  do  fracasso  escolar  só  do  aluno,  excluindo  do processo os educadores e todos os outros envolvidos.
d) Deverá investir na possibilidade de melhoria das relações de aprendizagem e na construção da autonomia de alunos e educadores.  

_________________________________________QUESTÃO 07
Quanto  às  funções  do  Psicopedagogo,  marque  V  (para  as  verdadeiras)  ou  F (para as falsas):

(V)  Ajudar  os  professores,  auxiliando-os  na  melhor  forma  de  elaborar  um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas.
(V) Ajudar na elaboração do projeto pedagógico.
(V) Orientar os professores na melhor forma de ajudar, em sala de aula, aquele aluno com dificuldades de aprendizagem.
(V) Realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos que possam prejudicar o processo ensino-aprendizagem.
(V)  A  partir  de  avaliações  psicopedagógicos,  encaminhar  o  aluno  para  um profissional adequado como psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros.
(V) Conversar com os pais para fornecer orientações.
(V)  Auxiliar  a  direção  da  escola  para  que  os  profissionais  da  instituição possam ter um bom relacionamento entre si.
(V)  Conversar  com  a  criança  ou  adolescente  quando  este  precisar  de orientação.

São verdadeiras:

a) Todas acima são verdadeiras.
b) Apenas duas são verdadeiras
c) Nenhuma é verdadeira.
d) Quatro são verdadeiras.  

____________________________________________QUESTÃO 08
Para melhor atuação e uma prática psicopedagógica mais eficiente e eficaz, o psicopedagogo  deve  refletir  e  agir  de  acordo  com  os princípios  abaixo, EXCETO:

a) Compreender e trabalhar com as relações emotivas e  afetivas  que  ocorrem durante  a  aprendizagem,  de  tal  forma  a  possibilitar que  o  aluno  seja  assíduo, responsável,  criativo,  questionador,  espontâneo,  sendo  de  iniciativa,  perseverante, sonhador e transformador.
b) Compreender o jeito e o tempo de cada um processar sua aprendizagem e tentar adequar todos a um padrão pré-estabelecido.
c) Buscar  de  forma  incessante  a  reintegração  do  aluno  no  contexto  escolar, possibilitando o resgate da sua autoestima e na construção do conhecimento, que para ele seja significativo e que faça sentido em sua vida.
d) Tornar a prática do diálogo com as crianças um hábito no espaço escolar, com o intuito  de  buscar  uma  compreensão  de  suas  angústias,  inquietações,  desejos  e ansiedades que demonstram os mecanismos de aprendizagem de cada um.

____________________________________________QUESTÃO 09
A  equipe  de  professores  deve  estar  fortalecida,  não centralizar  as  suas atenções  apenas  no  aspecto  disciplinar.  Assim, a intervenção psicopedagogica poderá ter maiores resultados. É importante salientar que o psicopedagogo deve ter como principais objetivos  as seguintes  questões, exceto:

a) Prevenção e intervenção no processo de ensino e aprendizagem.
b)  Desenvolver  a  reflexão,  a  prática  voltada  para  sua  realidade,  mostrar  a importância das emoções e pensamentos dos alunos.
c) Detectar problemas pedagógicos que podem prejudicar a qualidade do processo ensino-aprendizagem dos alunos.
d) Conhecer, quando necessário, conhecimentos específicos de outras áreas como Psicologia, Psiquiatra, Neurologista, Assistência Social, Fonoaudiologia, não sendo necessário recorrer a outros profissionais.

____________________________________________QUESTÃO 10
É preciso que o professor e o psicopedagogo considerem a organização do trabalho educativo, transformando em  possibilidades as  dificuldades  de aprendizagem  do  aluno.  Baseado na frase  acima,  estaria  correto  afirmar, exceto:

a) Buscando a interação com alunos diferentes em situações diversas como fator de promoção da aprendizagem do desenvolvimento e da capacidade de se relacionar.
b) Refletir  os  conhecimentos  prévios  de  qualquer  natureza  que  os  alunos  já possuem  sobre  o  assunto,  já  que  eles  aprendem  por  meio  de  uma  construção interna ao relacionar suas idéias com as novas informações de que dispõem e com as interações que estabelece.
c) Tentar  adequar  às  crianças  as  normas  escolares,  ficando  em  segundo  plano  a individualidade e a diversidade dos alunos.
d) Dar ênfase nos fatores positivos do aluno, ressaltar o que ele tem de melhor.



Boa Sorte!!!

sábado, 24 de outubro de 2015

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA X INSTITUCIONAL: DO QUE SE TRATA?

Artigo por Cristiane Carminati Maricato - sábado, 26 de janeiro de 2013


Ouvimos muito falar sobre a Psicopedagogia, mas sempre fazemos relação com o atendimento clínico. A verdade é que os cursos de Psicopedagogia formam profissionais aptos para trabalhar tanto na área clínica como na institucional; no caso desta última, trata-se de instituições escolar, hospitalar e empresarial.

Existe alguma diferença na atuação do profissional clínico e institucional, ou é apenas uma questão de ambientes diferentes?

Sim existe. O Psicopedagogo clínico trabalha em consultório atendendo crianças, jovens ou adultos, com dificuldades de aprendizagem, tendo a parceria de outros profissionais (Pediatra, Neuropediatra, Fonoaudiólogo, Psicólogo, Psicomotricista, dentre outros) para o caso de haver necessidade de encaminhamento. Neste caso, o profissional atua em uma linha terapêutica, onde diagnostica, desenvolve técnicas remediativas, orienta pais e professores de forma que seu trabalho seja integrado e não individual.

Já o Psicopedagogo institucional dá assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para melhoria das condições do processo de ensino-aprendizagem, assim como para prevenção dos problemas de aprendizagem. Utilizando de técnicas e métodos próprios, possibilita a intervenção Psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar procura construir um espaço adequado às condições de aprendizagem e consequentemente evitando comprometimentos.

Dentre suas atribuições, destacam-se:

  • Participação na dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca.
  • Orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos.
  • Realização do processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.
  • Contribuição com as relações, visando à melhoria da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos de toda a comunidade escolar.
  • Desenvolvimento de projetos socioeducativos, a fim de resgatar valores e autoconhecimento.
  • Desenvolvimento de ações preventivas, detectando possíveis perturbações no processo de ensino- aprendizagem.
  • Existe alguma semelhança na atuação do profissional clínico e institucional?

Sim existe. Independentemente da área de atuação, o profissional precisa conhecer e compreender como se dá o processo de construção do conhecimento, assim como conhecer as dificuldades de aprendizagem e possíveis formas de intervenção. Precisa saber até onde pode ajudar e o momento certo para fazer o encaminhamento. Seu trabalho nunca é individual; deve buscar constante aprimoramento.


  1. Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/30071/psicopedagogia-clinica-x-institucional-do-que-se-trata#ixzz3pWypbTLY.

AVALIAÇÃO - 01: INTRODUÇÃO À PSICOPEDAGOGIA E INCLUSÃO

01. Na unidade 1, discorremos sobre a Psicopedagogia de maneira geral. Pois bem, agora leia as afirmativas abaixo e assinale a única alternativa incorreta:
                                     
A) A Psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes, recorrendo aos conhecimentos de várias ciências, sem perder de vista o fato educativo, nas suas articulações sociais mais amplas.
B) A história da psicopedagogia iniciou no Brasil, no século XIX, onde foram fundados os primeiros centros psicopedagógicos com direção médica e pedagógica por Vitor da Fonseca.
C) A Psicopedagogia se apresenta com um caráter multidisciplinar devido à complexidade dos problemas de aprendizagem, que busca conhecimento em diversas outras áreas do conhecimento, além da psicologia e da pedagogia.
D) É necessário ter noções de linguística para explicar como se dá o desenvolvimento da linguagem humana sobre os processos de aquisição da linguagem oral e escrita.

02. O profissional que atua como psicopedagogo tem um amplo conjunto de tarefas e funções que prestam assessoramento psicopedagógico às escolas, apesar de sua diversidade, pode ser organizado em torno de quatro eixos. Qual das opções abaixo representa o segundo eixo?

A) relativo à natureza dos objetivos da intervenção, cujos polos caracterizam respectivamente as tarefas que se centram, prioritariamente no sujeito e aquelas que têm como finalidade incidir no contexto educacional.
B) também diferencia modelos de intervenção, embora tenha como objetivo final o aluno.
C) afeta as modalidades de intervenção, que podem ser consideradas como corretivas, ou preventivas e enriquecedoras.
D) indica o lugar preferencial de intervenção, que entendemos como a diversidade de níveis e contextos.

03. Na concepção de Polity (2002), a pedagogia com enfoque construtivista com base no Construcionismo social elenca três fatores básicos do processo educacional, que seriam: 

A) a interdisciplinaridade.
B) a interacionalidade.
C) o pensamento complexo.
D) todas as alternativas acima completam o enunciado.

04. Qual dos autores abaixo diz que “cada sujeito, em seus processos de aprendências, possui sua própria modalidade de aprendizagem, o que quer dizer que cada um, em sua individualidade, possui suas próprias condições, seus limites e meios para acessar conhecimentos e construir saberes”?

A) Sara Paín.
B) Alícia Fernández.
C) Jorge Visca.
D) Lúcia Weiss.

05. Beauclair discorre mais profundamente sobre a Autoria do pensamento. Qual das opções abaixo se reporta a esse conceito?

A) É uma possibilidade de interpretação, mas que se esgota, pois sempre necessitaremos de movimentos e relações de aberturas e de complementaridades, visando a novas e permanentes possibilidades.
B) É uma limitação de interpretação.
C) é uma possibilidade de interpretação, mas não se esgota, pois sempre necessitaremos de movimentos e relações de aberturas e de complementaridades, visando a novas e permanentes possibilidades.
D) n.r.a. (nenhuma da respostas acima).

06. De acordo com o Guia, para conseguir uma escuta psicopedagógica, qual das opções abaixo seria o mesmo que “a insistência do esquema de ação em sua aparição, vai nos permitir verificar se aquele, como esquema de ação escolhido, é um ponto de entrada importante”?

A) escutar - olhar.
B) deter-se nas fraturas do discurso.
C) deter-se na fratura e observar relacionando com o acontecido anteriormente.
D) buscar a repetição do esquema de ação.

07. A Psicopedagogia ainda é um campo de conhecimento em estruturação, de todo modo, é o estudo e a pesquisa dos fenômenos que ocorrem na sala de aula, cenário que nos fornece os indicadores para a ação psicopedagógico. Portanto, podemos estabelecer três conotações diferentes. Assinale a opção abaixo que reporta que a Psicopedagogia precisa ir além da mera constatação dos fatos e, é necessário que os dados coletados sejam referendados a um contexto teórico, permitindo a interpretação desses dados, orientando assim a investigação:

A) Psicopedagogia como prática.
B) Psicopedagogia como investigação.
C) Psicopedagogia como saber científico.
D) N.R.A. (nenhuma da respostas acima).

08. Através de qual documento se estabelecem os compromissos mútuos e se explicitam os respectivos direitos e deveres das partes interessadas?

A) contrato.
B) projeto.
C) plano de metas.
D) N.R.A. (nenhuma das respostas acima).

09. Qual nome se dá a um conjunto de conhecimentos, equipamentos e um lastro de experiência que servem como base e suporte para o planejamento de uma ação?

A) Projeto
B) Logística
C) Competências
D) N.R.A. (nenhuma da respostas acima).

10. No decorrer da apostila há um quadro comparativo que apresenta detalhes da atuação do profissional Psicopedagogo em vários campos de atuação. Leia atentamente as relações oferecidas abaixo e assinale a alternativa correta:

A) Psicopedagogia institucional: investigação - metodologia sócio-pedagógica, histórica antropológica e etnológica educativa;
B) Psicopedagogia clínica: investigação - trabalha com hipótese;
C) Psicopedagogia clínica: diagnóstico - Compreensão diagnóstica do sistema de dificuldade de aprendizagem através de técnicas específicas e da integração de dados de outros exames: neurológicos, psicológicos, etc.
D) todas as alternativas estão corretas

Boa Sorte!